segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

É um pôr-do-sol marciano

É um pôr-do-sol marciano, capturado pelas lentes de nossa valente sonda robótica Opportunity.
Enquanto na Terra o céu é azul e o Sol ao fim do dia toma tons avermelhados, em Marte ocorre exatamente o oposto. O Sol é, claro, o mesmo, o que muda é a atmosfera, que no planeta azul absorve e então irradia tons azulados, e no planeta vermelho… tons avermelhados. Ao vermos o Sol próximo do horizonte, os raios de luz passam por um caminho mais longo através da atmosfera e esse efeito se intensifica. Seu tom aparente será o do espectro de cores complementares àquelas absorvidas pelo próprio céu: vermelho na Terra, azul em Marte.
Motivo pelo qual Luke Skywalker vendo dois sóis se ponto em Tatooine pode parecer muito bacana, mas uma pequena sonda robótica bem real e mais próxima de R2D2 já assiste a um Sol poente ainda mais interessante.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Map of Metal - Mapa do Metal

O Map of Metal mostra em f0rmato de mapa, uma espécie de linha de tempo entre os anos 60 e 90 que traça a evolução das várias vertentes do rock/metal e as ligações entre si. Vale apena viajar pelo mapa escutando os clássicos do rock que estão presentes nele. Clique aqui para adentrar.Ou no link abaixo.
http://www.mapofmetal.com/#/home

Google: uma nova Microsoft nas investigações europeias?

Mesmo sob pressão, empresa se recusa a revelar o segredo da fórmula de busca.

Por Alexei Oreskovic e Foo Yun Chee. Reuters - O algoritmo de buscas do Google é o equivalente, no mundo da tecnologia, à fórmula da Coca-Cola: a maior joia de uma coroa empresarial. Mas pressão para que a companhia reduza o sigilo sobre o mecanismo está crescendo, em meio a investigações das autoridades europeias de queixas de que o serviço de busca discrimina sites indevidamente.
O caso ressalta o interesse mais intenso sobre a influência do Google sobre a Internet e pode preparar o cenário para uma longa disputa como as que foram travadas anteriormente entre União Europeia e gigantes da tecnologia como a Microsoft.
Parece provável que o maior serviço mundial de buscas continue tentando manter olhos indiscretos, mesmo os da Comissão Europeia, conhecida mundialmente como um dos mais rigorosos organismos fiscalizadores, longe dos algoritmos de classificação que servem como peça central de suas operações.
"É difícil ver de que maneira isso não chegaria a um impasse em termos de em que medida o Google estaria disposto a permitir acesso ao segredo que serve de base à sua existência", disse Martin Olausson, do grupo de pesquisa Strategy Analytics.
Caso a União Europeia determine que o Google abusou de sua posição no mercado de buscas, a Comissão poderia ordenar que o Google altere suas práticas de busca, por exemplo, oferecendo mais transparência sobre o algoritmo de pesquisa, sob pena de multas que poderiam atingir os 10 por cento do faturamento anual no mundo.
O Google já foi criticado por causa do mistério que mantém sobre a tecnologia usada para determinar que resultados de busca são apresentados primeiro. Com o ganho de influência da empresa, e à medida que ela começa a oferecer conteúdo próprio, a exemplo de vídeos, acompanhando resultados de busca, surgiram apelos cada vez mais intensos por maior transparência da companhia.
A Comissão reforçou a pressão sobre o Google este mês ao abrir um inquérito formal sobre alegações de que a empresa havia abusado de sua posição dominante no mercado de buscas.
O Google controla na Europa cerca de 77 por cento do mercado de buscas online, segundo a empresa de pesquisa ComScore. Este mês, a União Europeia confirmou ainda que assumiu duas reclamações de autoridades alemãs sobre as práticas de busca da companhia.
Apesar do Google fornecer algumas diretrizes sobre os mecanismos usados para listar os resultados de busca de modo a ajudar os anunciantes em seu sistema, as centenas de variáveis específicas de busca que a companhia usa para montar a lista de sites de uma pesquisa, e o peso que a empresa confere a cada uma dessas variáveis, permanece em grande parte um mistério.
"Fornecemos mais diretrizes para os sites que qualquer outro mecanismo de busca e estamos constantemente explorando novas formas de sermos ainda mais transparentes com os webmasters sobre nossos princípios de ranking", afirmou o porta-voz do Google, Adam Kovacevich, por email.
"Mas revelar os detalhes exatos não apenas ajudaria somente os spammers como tornaria os mecanismos de busca menos úteis, o que prejudicaria nossos usuários", acrescentou.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Primeiro paciente HIV-positivo curado

Médicos alemães declararam que, pela primeira vez, a cura da infecção por HIV foi alcançada em um paciente.

A pesquisa começou em 2007. Os médicos realizaram um transplante de células-tronco em um homem infectado pelo HIV com leucemia. Agora, eles acreditam que o homem foi curado da infecção pelo HIV, como resultado do tratamento que introduziu as células-tronco resistentes à infecção por HIV.

O paciente era soropositivo e tinha desenvolvido uma leucemia mielóide aguda. Ele já havia recebido um tratamento bem sucedido para a leucemia e, posteriormente, teve uma recaída em 2007, o que exigiu um transplante de células-tronco.

O homem recebeu uma medula óssea de um doador que tinha resistência natural à infecção por HIV; isso acontece devido ao perfil genético de algumas pessoas, nas quais falta o co-receptor CCR5. A variedade mais comum de HIV usa o CCR5 como uma “estação de entrada”, deixando o vírus entrar e infectar as células do paciente. As pessoas que tem essa mutação específica, e não tem o CCR5, são quase completamente protegidas contra a doença.

Essa mutação está presente em menos de 1% da população branca na Europa setentrional e ocidental, e está associada com uma redução do risco de se infectar com o HIV. Ou seja, os médicos escolheram as células-tronco de um indivíduo que tinha um perfil genético incomum: uma mutação herdada de ambos os pais, que resultou em células CD4 – células nas quais faltavam o receptor CCR5.

Antes do transplante de células-tronco, o paciente recebeu tratamento de quimioterapia que destruiu a maioria das células imunológicas, e também recebeu medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição das células-tronco. As terapias foram interrompidas no dia do transplante.

O paciente continuou a receber tratamento imunossupressor para prevenir a rejeição por 38 meses. Aos 5, 24 e 29 meses ele recebeu biópsias. Amostras adicionais foram tomadas para checar sinais de infecção por HIV nas células imunes da parede do intestino.

Durante o período de 38 meses de acompanhamento, as células CD4 doadas repovoaram o sistema imune da mucosa do intestino do paciente, a tal ponto que a frequência de células CD4 era quase o dobro do que em pacientes HIV-negativos saudáveis (do grupo de controle). Esse fenômeno também foi observado em um grupo controle de dez indivíduos HIV-negativos que receberam transplantes de células-tronco.

O repovoamento de células CD4 mutantes foi acompanhado pelo desaparecimento das antigas células CD4. Depois de dois anos, o paciente tinha a contagem de células CD4 de um adulto saudável da mesma idade.

Um dos desafios para qualquer cura da infecção pelo HIV são as células do sistema imunológico, que duram muito, e precisam ser removidas antes que um paciente possa ser curado. No caso do paciente de Berlim, a quimioterapia pareceu ter destruído as células de vida mais longa, e que tinham sido substituídas por células do doador.

O paciente não retomou a terapia anti-retroviral após o transplante. No entanto, o HIV permaneceu indetectável pelos dois testes de carga viral (RNA) e os testes de DNA viral dentro das células. Os níveis de anticorpos contra o HIV diminuíram a tal ponto que o paciente não tinha anticorpos reativos ao núcleo do HIV, apenas níveis muito baixos de anticorpos contra proteínas do HIV.

Dezessete meses após o transplante, o paciente desenvolveu uma condição neurológica, o que exigiu uma biópsia do cérebro. O HIV também foi indetectável no cérebro.

Uma indicação adicional de que o HIV não está presente no paciente reside no fato de que as células CD4 do paciente são vulneráveis à infecção com o vírus que atinge o receptor CXCR4 (a única forma que os pacientes com mutação onde está ausente o CCR5 podem pegar). Se algum vírus com esta preferência ainda estivesse presente, infectaria rapidamente a grande população de células CD4.

O paciente, além do HIV, teve um tratamento para a leucemia cansativo e demorado, com recaídas. Seu problema neurológico o levou à cegueira temporária e problemas de memória. Ele ainda está em fase de fisioterapia para restaurar a sua coordenação, bem como terapia fonoaudiológica.

Se a cura realmente foi alcançada neste paciente, aponta o caminho para as tentativas de desenvolver uma cura para a infecção por HIV através de células-tronco geneticamente modificadas.

Segundo os pesquisadores, as conclusões apontam para a importância de suprimir a produção de células CCR5, quer através de transplantes ou terapia gênica. Eles discutem como poderiam coordenar os esforços para identificar doadores CCR5-delta32 homozigotos, e ampliar a oferta de células-tronco desses doadores.

Por exemplo, através de amostra de células do sangue do cordão umbilical de bebês nascidos de mães que são homozigotos para CCR5-delta32, a fim de, eventualmente, facilitar a terapia com células-tronco.

Porém, as técnicas de terapia genética, que podem transformar as células-tronco e todos os seus descendentes em células resistentes à entrada do HIV, pode ser uma opção mais prática do que procurar doadores.

Muitos grupos de pesquisa receberam financiamento para explorar as técnicas de engenharia e de introdução de células-tronco sem CCR5. Se essas abordagens tiverem sucesso, serão terapias caras, por isso nos primeiros estágios é provável que a cura seja reservada para pessoas sem opções de tratamento, ou com câncer de medula óssea, ou que exijam transferência de células-tronco.
por Jefferson456852, fonte: Hypescience

sábado, 18 de dezembro de 2010

O domínio de cada Rede Social em dezembro de 2010




Algumas constatações óbvias:
- Orkut só sobrevive no Brasil, mas já começou a perder espaço para o Facebook
- Facebook em breve monopolizará o mundo ocidental
- Facebook com grandes restrições e dificuldades para conquistar a parte oriental do mapa

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lula defende WikiLeaks e presta solidariedade a Julian Assange

Lula defende WikiLeaks e presta solidariedade a Julian Assange

Muito se comenta ainda sobre a prisão de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, pelas autoridades inglesas.
“Detido em Londres a pedido do governo da Suécia, por ‘suspeitas razoáveis de estupro, agressão sexual e coerção’ contra duas mulheres, Julian Assange, 39, o criador do site WikiLeaks, acredita que tudo não passa de um complô dos Estados Unidos para colocá-lo na cadeia, como retaliação por ter publicado milhares de documentos confidenciais do governo norte-americano… Entenda todo o caso clicando aqui!
Mesmo com certa dificuldade para lembrar e pronunciar “WikiLeaks”, o que acabou ficando engraçado, foi bastante positivo a postura do Presidente Lula.
Dica do Jonas, do blog Espaço/Desing

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pesquisa revela percepção dos brasileiros sobre práticas sustentáveis

O que o Brasileiro pensa a respeito das práticas sustentáveis?

A pesquisa Sustentabilidade: Aqui e Agora realizada pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Instituto Synovate e o Wal-Mart Brasil, divulgada no dia 25 de novembro, revela uma lista das ações que o brasileiro está disposto a fazer para adotar práticas mais sustentáveis no seu dia a dia. Separar lixo para a reciclagem (66%), eliminar o desperdício de água (63%) e participar de campanhas de redução de energia (46%) são algumas das práticas citadas na pesquisa.

Porém, a população brasileira não acredita que os problemas ambientais podem ser solucionados com pequenas mudanças de comportamento. Para 59% da sociedade, só grandes mudanças nos hábitos de consumo, transporte e alimentação podem realmente ajudar a manter um ambiente saudável no futuro.

O desejo de 74% dos cidadãos é encontrar nas prateleiras dos mercados produtos ambientalmente responsáveis, porém 90% não está disposto a pagar mais por isso, afirma o site EcoD.

O estudo foi feito para identificar comportamentos, opiniões e atitudes dos brasileiros que demonstrassem maior adesão e maior proatividade no que se refere à proteção do meio ambiente e à adoção de hábitos de consumo mais responsáveis. De forma geral, a percepção dos brasileiros está mais positiva em relação ao meio ambiente, aos hábitos de consumo e às principais formas de contribuição para um futuro mais sustentável.

O perfil do cidadão brasileiro traçado pela pesquisa mostra que a informação ainda é um dos quesitos mais relevantes na hora da decisão. De acordo com o documento, 50% dos entrevistados disseram ser “mais ou menos” informados sobre meio ambiente e ecologia, enquanto 22% sentem-se mal informados e 26% com o nível de informação bom.

Segundo a pesquisa, 60% dos brasileiros são a favor de uma lei que proíba o uso de sacolas plásticas. Cinquenta e nove por cento afirmam que o meio ambiente deve ter prioridade sobre o crescimento econômico – em Brasília esse número chegou a 81%. Oitenta e cinco por cento dizem que qualquer mudança que o ser humano cause na natureza provavelmente vai piorar as coisas e 59% acreditam que só com grandes mudanças de hábito e de consumo será possível conservar os recursos naturais.

Segundo o relatório, as pessoas se mostram muito mais dispostas a doar tempo e trabalho comunitário, do que comprar produtos mais caros, ainda que mais ecoeficientes, ou contribuir com dinheiro para fundos ou organizações ecológicas.

Veja o que acontece quando um homem pega carona num vagão exclusivo para mulheres

Veja o que acontece quando um homem pega carona num vagão exclusivo para mulheres

domingo, 28 de novembro de 2010

Violência no Rio é fruto da omissão crônica do poder público

Violência no Rio é fruto da omissão crônica do poder público

Bruno Huberman

O Rio de Janeiro está passando por uma situação criada pela má gestão de seus últimos governantes. A ausência do poder público nas favelas abriu espaço para o surgimento de um poder paralelo. Para o deputado federal carioca Chico Alencar (Psol), os atuais governos combatem de maneira errada esses criminosos. Insistem em intervir no varejo das armas e das drogas enquanto fazem vista grossa aos atacadistas. Enquanto a polícia faz ações espetaculares nos morros, os “traficantes burgueses” continuam a lucrar com as transações internacionais. Até porque “não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão”.



Alencar vê como simplista a responsabilidade dada às Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) como a principal causa dos ataques ocorridos desde o domingo 20. Para ele, as UPPs são um início, mas como elas mesmo mostraram, não serão eficazes a longo prazo se não houver uma política estrutural junto. Leia abaixo a entrevista feita por telefone com o deputado que está no Rio para acompanhar de perto os acontecimentos dos próximos dias.





CartaCapital: Como você enxerga o que está acontecendo no Rio de Janeiro?

Chico Alencar: O diretor daquela cena que corre o mundo, de mais de 200 jovens, pobres, de baixíssima escolaridade, armados, atravessando àquela estrada, que liga uma comunidade pobre a outra, chama-se: omissão crônica do poder público. Quem arregimenta esses figurantes do mal é a política institucional, do clientelismo e da reprodução das áreas de abandono das grandes cidades. Evidente, nessa altura, que isso acabaria nessa situação dramática, que não vai durar muito tempo, como sabemos. É necessário combinar as ações estruturantes das políticas que nunca existiram no Rio de educação, saúde e urbanismo, para não ter uma sociabilidade de barbárie como há nessas comunidades pobres, com a ação imediata. Víamos ontem o contraste de vários homens de chinelo com armas de potencial letal enorme nas mãos. Quem lembra de alguma operação, seja nas fronteira do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro, na Baia de Sepetiba ou na Baia de Guanabara interceptando comboios de armas e munição de maneira expressiva? Isso não acontece. O negócio transnacional das armas ninguém enfrenta.





CC: Isso mostra que os governos não agem no ponto exato, apenas na consequência do processo?

CA: Claro, agem muito mais na consequência do que na origem. Muito mais atacando o varejo armado das drogas do que nos grandes atacadistas. Claro que uma juventude sem perspectiva de vida, criada no ambiente da violência e de individualismo máximo que a sociedade de mercado estimula cria um caldo de cultura para esse tipo de situação. O interessante que nessas comunidades pobres, que são conviventes, mas não coniventes com o poder do tráfico ou das milícias igualmente criminosas, os políticos vão lá buscar votos periodicamente e muitos deles fazem acordos com os poderes locais. Na verdade é um conluio, uma cumplicidade que acabou levando a essa situação.





CC: Existe alguma solução?

CA: A esperança são a de autoridades, que respeito muito, como o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o secretario nacional de Segurança Pública, Roberto Balestra. Eles têm uma visão mais profunda sobre o problema e não são adeptos da política do extermínio dos bandidos. Os grupos armados se reproduzem muito rápido porque há uma profunda crise de valores na sociedade e de noção de país. É uma luta de todos contra todos. O monopólio da força pelo Estado só será legitimado e eficaz se de fato for poder público, ou seja, estiver a favor da sociedade e das maiorias sempre esquecidas. Temos hoje um Estado privatizado que vê os pobres das cidades como massa de manobra eleitoral e de negócios escusos.





CC: Há um avanço na política de segurança pública do Rio de Janeiro na gestão do Beltrame?

CA: Ele, ao contrário da tradição da cúpula de segurança e do ex-chefe de segurança Álvaro Lins, um emblema fortíssimo disso, não faz pacto com a corrupção. Atualmente, na cúpula, até por uma questão de sobrevivência, foram colocadas pessoas dignas. Isso não significa que acabou a corrupção na polícia. Ainda precisa de uma profunda reforma nas polícias, uma renovação, uma dignificação salarial, enfim, isso leva tempo, mas o Beltrame sempre deixou claro o respeito pelas populações dos morros. Embora, eu tenho que deixar claro, que em 2007 houve uma operação no mesmo complexo do Alemão que matou 23 pessoas, várias inocentes, algumas executadas sumariamente. Foi o Estado de barbárie entrando lá. E não adiantou absolutamente nada. Está lá uma área com o poderio entocado do tráfico. Esse tipo de ação espetacular é muito midiático, sensacionalista e ineficiente.





CC: E as UPPs?

CA: Elas representam o controle de apenas 2% do total de áreas dominadas fora do poder do Estado. Dominadas em sua maioria pelas milícias e também em boa parte pelo narcotráfico armado. Só 2% das áreas fora do controle do Estado foram, digamos “reconquistadas”. Mas pacificar não é ocupação militar. Se não houver, como não houve no Chapéu Mangueira, que é uma das UPPs mais antigas, políticas sociais, creches, atendimento de saúde, oportunidades de trabalho e espaços culturais, não resolverá o problema em profundidade. As UPPs só se realizam plenamente quando um conjunto de políticas sociais estiver sendo oferecido no morro como é oferecido em qualquer bairro do asfalto. É exagero também dizer que os ataques são apenas uma reação às UPPs, porque elas controlaram áreas do Rio de Janeiro turístico e olímpico, o que foi uma escolha política do Cabral. Claro que tem também uma insatisfação por perda de territórios, mas é um conjunto de fatores que provocaram essa reação dos traficantes, que deveria ser previsível por um serviço de Inteligência meramente decente. Não dá para prever que dois moleques vão incendiar um carro, isso é incontrolável, agora, uma previsão de que poderia haver essa orquestração, deveria estar nos cálculos, mas aparentemente houve uma surpresa do poder público com os ataques.





CC: E essa história das ordens terem saído dos presídios?

CA: É outro ponto importante que nos deixa indignados em aceitar que a ordem de articulação desse banditismo, que é tosco, iletrado e muito precário, por mais que as armas que tenham sejam poderosas, veio do Elias Maluco, do Marcinho VP, ou seja, dos presídios. Isso revela que a tal segurança máxima é muito débil porque se não consegue monitorar minimamente um advogado numa conversa ou bloquear um celular. Há muito mais do que crime organizado. Há um Estado desorganizado e dentro da própria institucionalidade do Estado um crime organizado em suas altas esferas.





CC: Há uma legitimação, nesse momento, do extermínio dos traficantes pela polícia do Rio?

CA: Acho que não. É uma expressão da opinião pública que não chegou à compreensão que o Estado não pode agir com os mesmos métodos dos bandidos. Ele tem o dever da racionalidade. Ao contrário do que aconteceu em 2007 no Alemão, a ocupação da Vila Cruzeiro, embora tenha acontecido a perda de uma menina de 14 anos por uma bala perdida, no geral, o confronto que se esperava, não aconteceu. Houve uma ação intimidatória, forte, mas o confronto foi pequeno em relação ao que poderia acontecer. Eles poderiam de imediato invadir o complexo do Alemão ou metralhar aqueles bandidos em fuga, mas não o fizeram porque há uma maior racionalidade, cautela e tática nessas ações. Além de uma maior preocupação com os direitos humanos, que é uma conquista nossa. Estou falando isso agora, mas nada me garante que nesse momento esteja acontecendo alguma atrocidade, gente desarmada sendo executada.





CC: Você anunciou que entrará com um pedido de investigação na comissão de Direitos Humanos da Câmara.

CA: Nós vamos formar uma comissão de acompanhamento, com vários deputados, para dialogar com o secretário nacional de Segurança Pública, com o ministério da Defesa e as autoridades locais do Rio de Janeiro. No sentido de acompanhar, inclusive, os recursos. Soube que no começo deste ano, o Programa Nacional de Segurança da Cidadania destinou 100 milhões de reais para o Rio. Iremos acompanhar como os recursos estão sendo utilizados para garantir uma ação que seja, no imediato, mais ponderada e efetiva, e a médio e longo prazo as políticas estruturantes. Se não cortar as fontes de abastecimento do crime pela sua cúpula que não está nos morros, porque não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão, vai se estar sempre enxugando gelo de alguma maneira.





CC: Você chegou na quarta-feira ao Rio de Janeiro, vindo de Brasília, no meio de todos os problemas. Como estão as ruas da cidade?

CA: Eu dei uma circulada pela cidade. Eu moro numa rua, em Santa Tereza, onde ao lado dela, esses rapazes do crime passam na porta de casa, mas estão mais interessados no seu negócio, que tem muitos consumidores. O problema não é a droga, que é tão antiga quanto à sociedade humana, mas é a letalidade do negócio da droga e de seu armamentismo. Nas ruas há um ambiente de tensão. Qualquer carro que passa com a sirene ligada, como acabou de passar aqui no Largo do Machado, todo mundo olha assustado. Há uma discussão acalorada, porque o descontrole do poder público foi tão grande que qualquer muleque, estimulado pelo espírito de zoar mesmo, taca fogo em um carro. Ontem, desceram dois do Salgueiro, em área de UPP, e tocaram fogo em um ônibus. O curioso é acontecer em uma área dita “pacificada”, o que mostra que ainda tem uma relação psico-social com as populações marginalizadas, que enquanto elas não forem integradas na sociedade através da escola, cultura e no trabalho, ficam na marginalidade a disposição dessas movimentações. Atribui-se ao varejo armado das drogas um poder além do que tem de fato. Ele não terá grande fôlego se houver ação preventiva e policiamento ostensivo, mas o grande problema é estrutural, que continua criando espaço para apropriação pelo poder paralelo, que elege políticos, como no caso das milícias nessas eleições.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Google integra projeto bilionário de energia eólica nos Estados Unidos

O Google decidiu colocar recursos em um projeto de US$ 5 bilhões que prevê a instalação de uma linha de transmissão de energia elétrica destinada a interligar usinas eólicas construídas no mar à populosa Costa Leste dos Estados Unidos, segundo informou a agência de notícias Reuters.

A decisão marca a mais recente incursão do gigante das buscas na internet em negócios distantes da origem da empresa. O Google, que tem cerca de US$ 30 bilhões em caixa, não informou quanto investiu para comprar 37,5% de participação no projeto Atlantic Wind Connection, mas os projetistas garantiram que a rodada inicial de financiamento chegou às dezenas de milhões de dólares.

O financiamento da rede elétrica submarina de 563 quilômetros inclui, além do Google, a empresa japonesa Marubeni, e a norte-americana Good Energies. A instalação será feita pela Trans-Elect, companhia especializada em linhas de transmissão de energia.

O cabo ajudará os envolvidos em projetos de energia eólica marinha a superar o principal desafio em termos de custos: como conectar as turbinas à rede elétrica de uma maneira que permita vender a energia produzida pelo vento no mar a múltiplos clientes.

“Isso servirá como uma via expressa para a energia limpa, com rampas de acesso para os complexos eólicos e capacidade de expansão inteligente”, destacou Rick Needham, diretor de Operações Ecológicas do Google, em entrevista coletiva em Washington. “Podemos ajudar a acelerar a criação de um setor industrial capaz de fornecer milhares de empregos.”

A Trans-Elect antecipa que o primeiro segmento do projeto, cuja construção deve começar em 2013, tenha o custo de US$ 1,8 bilhão.

O Google descreveu a própria participação inicial de 37,5% no projeto como “estágio inicial”, deixando aberta a possibilidade de que outros investidores ou financiadores participem da construção.

Alguns obstáculos

Segundo a Reuters, a indústria de energia renovável recebeu positivamente a notícia do projeto, mas alguns representantes do setor ponderam que a linha de transmissão ligando o continente às turbinas no mar é apenas um de muitos obstáculos enfrentados pelo segmento.

Há ainda uma complexa série de permissões governamentais que têm atrasado projetos por quase uma década e falta de clareza em um marco regulatório para energia e política ambiental em Washington, onde o Congresso dos EUA não parece propenso a aprovar ainda no mandato do presidente Barack Obama um amplo projeto sobre o clima.

A falta de espaço para turbinas eólicas na densamente povoada Costa Leste dos Estados Unidos tem incentivado planos para a instalação de turbinas no mar. O projeto do cabo que recebeu apoio do Google será capaz de transmitir cerca de 6 gigawatts de eletricidade, o suficiente para atender cerca de 1,9 milhão de residências.

Contudo, vale observar que o projeto envolve apenas a linha de transmissão, o que significa que outros investidores terão de financiar e construir as turbinas eólicas. [EcoD]

domingo, 17 de outubro de 2010

Momentos


Apresento este video que esta postado em um dos melhores sites de Vimeo

E o que é Vimeo:
Vimeo, uma rede social de vídeos que procura montar um acervo de “películas” em alta qualidade.
É algo bem parecido do que o You Tube, porem encontramos muitos vídeos com uma qualidade e criatividade diferenciada, muitas coisas exclusivas, é um site que vale muito apena seguir.Deixar o link abaixo
http://vimeo.com/

E hoje neste primeiro post irei apresntar um video muito bom que encontrei na categoria de filmes dentro do Vimeo, intitulado Momentos

http://vimeo.com/11932087